As férias escolares deviam ser sinónimo de descanso, liberdade e muitas gargalhadas. Mas, para algumas crianças, o fim das aulas não traz descanso. A Maria tem 10 anos. Está de férias, mas continua ansiosa sempre que vê mensagens no telemóvel. O bullying não ficou na escola – seguiu-a até casa. O bullying apenas muda de palco, passando da escola para os dias que deviam ser de brincadeira.

Quando a campainha da escola toca pela última vez antes das férias, muitos pais respiram de alívio, pensando que os problemas ficaram para trás. No entanto, infelizmente, o bullying pode não ter terminado… apenas se ter mudado de lugar.

Neste artigo, queremos ajudá-lo a reconhecer sinais de bullying nas férias, compreender como se manifesta o cyberbullying em crianças e apresentar estratégias práticas para proteger o bem-estar emocional do seu filho durante este período.

O bullying não tira Férias: compreender o problema

O bullying durante as férias pode manifestar-se de várias formas:

  • Bullying presencial em novos contextos: campos de férias, atividades desportivas ou reuniões familiares.
  • Cyberbullying intensificado: com mais tempo livre e menos supervisão, o uso de dispositivos eletrónicos aumenta significativamente.
  • Bullying relacional: exclusão deliberada de atividades sociais, festas ou encontros de grupo.
  • Bullying entre irmãos: frequentemente desvalorizado como “rivalidade normal”.

Segundo a Ordem dos Psicólogos Portugueses, cerca de 30% das crianças vítimas de bullying durante o ano lectivo continuam a ser alvo de comportamentos intimidatórios durante as férias, mantendo-se o impacto emocional. (Fonte: Psicólogos Portugueses)

Sinais de alerta: o que observar durante as férias

Os sinais de que algo não está bem nem sempre são óbvios. Mas há mudanças subtis no comportamento dos mais pequenos que podem ser indícios importantes:

  • Isolamento repentino, birras frequentes ou mau humor constante.
  • Reações inesperadas como voltar a chuchar no dedo, pedir para dormir com luz acesa ou mostrar medo de estar sozinho.
  • Mudanças no sono ou no apetite.
  • Ansiedade antes de eventos sociais ou tristeza depois de mexer no telemóvel.
  • Recusa em sair de casa ou em ir a festas com determinados amigos.
  • Dizer que tem dores, sem causa física aparente.

A persistência ou acumulação destes sinais deve ser motivo de atenção.

A plataforma Pumpkin disponibiliza um guia claro para ajudar os pais a identificar os comportamentos de alerta em casa, especialmente nas férias e períodos de menor supervisão.

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    Como abordar o tema com as crianças

    Falar sobre bullying com uma criança pode ser assustador. Mas é também uma oportunidade de conexão. Falar sobre bullying exige tato, paciência e um coração aberto. Escolha um momento tranquilo — pode ser num passeio, antes de dormir ou enquanto brincam. Não comece com perguntas diretas. Use frases como:

    • “Tenho reparado que … aconteceu alguma coisa que te deixou triste?”

    Ou use exemplos em terceira pessoa:

    • “Sabes que há crianças que se sentem deixadas de fora nas férias… já viste isso acontecer com alguém?”

    Escute com atenção, sem interromper. Não minimize o que a criança sente — mesmo que pareça “uma coisa pequena” para os adultos. E nunca diga que é culpa dela. Agradeça a confiança e mostre que está ali para proteger.

    O guia da Ordem dos Psicólogos Portugueses fornece sugestões práticas para pais e educadores sobre como falar com as crianças sobre bullying, adaptadas a cada faixa etária:  guia da Ordem dos Psicólogos Portugueses

    E depois da conversa, o que fazer?

    Há várias estratégias simples que podem fazer toda a diferença:

    • Esteja presente: faça um “check-in” diário, mesmo que rápido. Pergunte como correu o dia, com quem brincou, como se sentiu.
    • Conheça os amigos: tente perceber com quem o seu filho se relaciona e onde.
    • Supervisione com equilíbrio: defina regras claras para o uso do telemóvel e redes sociais, e ajude a configurar a privacidade.
    • Ensine respostas assertivas: frases simples como “Isso não é fixe. Não quero brincar assim” podem empoderar.
    • Crie uma palavra-código: algo que a criança possa usar para pedir ajuda discretamente.

    A plataforma SNS24 tem um guia oficial com informações úteis para famílias e educadores sobre como prevenir e lidar com o bullying, incluindo o digital.

    Conclusão

    O bullying não tira férias, mas com vigilância atenta e intervenção adequada, podemos garantir que este período seja verdadeiramente restaurador para as nossas crianças. Reconhecer os sinais de alerta, manter canais de comunicação abertos e implementar estratégias preventivas são passos fundamentais para proteger o bem-estar emocional dos mais pequenos.

    Não permita que o bullying apague o brilho das férias do seu filho. Um pequeno gesto de atenção hoje pode mudar o verão — e a vida — de uma criança.. Com as ferramentas certas, como o jogo No No Bullying Zone, podemos transformar este período numa oportunidade para desenvolver resiliência e competências sociais que beneficiarão as crianças ao longo de toda a vida.

    A Youbig utiliza jogos e livros para promover valores sociais entre as crianças desde a pré-escola. Com o jogo No Bullying Zone focamos na prevenção do bullying de uma forma descontraída e divertida. As crianças aprendem que podem defender-se dessas situações e sair delas com um sorriso no rosto. Se suspeita que algo está errado, escute com empatia. Nas férias, mais do que nunca, o seu apoio pode fazer toda a diferença.

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